Ele sai de casa. Consigo só dez reais e seu cão. Sua cadela, pra falar a verdade, a Princesa, seu “mescalito”, seu amoleto. E um punhado de perguntas no bolso. Ainda incompreendido pela realidade que o cerca, mas completamente inserido em um realidade bem maior. Por outras descritas como energia, e outros como somente átomos e fatos que interferem num psicológico profundo; ele tenta chegar na solução. Na resposta.
“só tem esta extra-sensível aqui da marca...... serve?”
Para ele a problemática do mundo é outra, e tão maior que aquela frase corta o horizonte e se perde na escuridão da noite. Para ele as guerras são inexplicáveis e a solução não é tão difícil, mesmo considerando toda a problemática política, (e pior) e religiosa. Tudo se inicia na comunicação. Pois os interesses, no final, são sempre os mesmos.
“E se os interesses forem os mesmos??? E se ele quiser é dá o rabo???” diz o preto velho “ deixa ele ser feliz, que a mulher dele chore, mas que longo me encontre!(que eu como ela) RARARA!”
O mundo esta repleto, existe comida para todos, dinheiro para todos, mulher e homem para todos, só esta mal distribuído. Os “interesses” são os mesmos, e tem o suficiente para que todos o tenham.
Ele e sua cadela andam como se fossem os donos da rua. E com certeza eram. Uma cena de filme “noir” a brasileira. Uma luz cortando o cenário, um fumaça no canto do quadro, Ele e um cão, andando sem rumo, mas para um destino certo: as incertezas!
A vida é passageira e agora eu sou muito mais.
E o mais?
“E agora que resolvi a vida.
Que já achei as respostas pra tudo,
O que eu faço?”
O elevador chega ao andar. Corta completamente o clima de realização pessoal sobre o mundo e todos.
A resposta básica para a vida era: (diante de sua cachorra)
“...é o tudo , o nada, e não importa mesmo. Me concentro no que quero faço e depois, se quiser eu volto ao ponto inicial.”
O elevador abre as portas, ele se levanta do chão e abre a porta para a Princesa passar.
Olhos de peixes,vejam a maior mentira do mundo.
“O amor pode chegar, pode chegar!!!” (um zumbido dentro do ouvido, praticamente um eco de uma marchinha de carnaval) “... e as águas vão rolar...”e assim vai. Num sempre infinito.... (em letras minusculas) ...infinito, sem igual repetindo lá no fundo!faz parte do silencio!no infinito do nada.
Das voltas da memória, vão e voltam. Ali, voltando para seu quarto , na reta final de sua longa jornada em busca da felicidade,( e se bem me lembro não existe felicidade e a verdade não existe) oscilando entre a verdade universal e a compra de uma camisinha no mercado, ele deixa sua companheira Princesa (sua cadela) em seus aposentos, e continua sua jornada ao que intereça.